quarta-feira, 7 de março de 2012

Como fazer Resenha

É um tipo de resumo crítico mais abrangente que permite: comentários, opiniões julgamento de valor e comparações com outras obras do mesmo gênero.

Para que serve? Sintetizar, interpretar e criticar.

Estrutura:
·         Nome do autor
·         Título e subtítulo da obra
·         Nome da editora
·         Lugar e data da publicação
·         Número de páginas
·         Nome autor da resenha

Análise temática:
a)      De que trata o texto?
b)      Sob que perspectiva o autor tratou o tema?
c)      Qual o problema focalizado?
d)     Como o autor soluciona, resolve?
e)      Como o autor demonstra seu raciocínio?
f)       Há outros assuntos paralelos a idéia central?

Análise textual:
a)      Vocabulário
b)      Verificar as ideias fatos apresentados
c)      Autoridade dos autores
d)     Esquematização das idéias expostas

Análise crítica:
a)      Texto coerente?
b)      Qual o alcance do texto?
c)      Qual a validade das ideias?
d)     Que contribuições apresenta?
e)      O autor atingiu os objetivos propostos?
f)       A conclusão está apoiada em fatos?
g)      Que questões o texto levanta?

Esquema explicativo de como elaborar uma Resenha

Passo 1

Leitura dirigida

Momento 1: Leia o texto sem marcar nada. Para identificar a idéia/mensagem central. Não sublinhe, não marque o texto, não anote nada, simplesmente leia do início ao fim. Ao final pergunte-se: qual é a idéia principal do texto? E as secundárias? Do que trata o texto? Se você não conseguir responder essas perguntas, leia de novo. Se responder, passe para o segundo momento.

Momento 2: Leia para destacar os trechos significativos e representativos da idéia central e informações complementares. Agora sublinhe, marque, faça os destaques dos parágrafos significativos.




Passo 2

A Resenha

Momento 1: Faça uma folha de rosto (mesmas informações contidas na capa do trabalho)

Momento 2: Comece escrevendo a bibliografia do texto segundo as normas da ABNT.

Momento 3: Comece fazendo um resumo, sintetizando o conteúdo do texto. Exemplo: O texto trata do tema meio ambiente. O autor defende a ideia que.....Segundo o autor.......Para o autor.....O autor também refere que.....

Momento 4: Faça as transcrições dos trechos que marcou. Após cada trecho coloque o número da página entre parênteses. Exemplo: O autor refere que: “o meio ambiente deve ser preservado” (p. 34), “a natureza precisa de cuidados tanto quanto os seres humanos” (p. 35).......
Momento 5: Faça agora seus comentários sobre o que entendeu, como entendeu o texto. Escreva sua opinião, seu entendimento sobre as ideias contidas no texto. Exemplo: A meu ver o texto.....Entendo que o meio ambiente deve.....Acredito que a natureza....Penso....


TEIXEIRA, Elizabeth. As três metodologias: acadêmica, da ciência e da pesquisa. 4. ed. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 40-41.

Fichamento

É uma das fases da Pesquisa Bibliográfica, seu objetivo é facilitar o desenvolvimento das atividades acadêmicas e profissionais. Pode ser utilizado para:
v  Identificar as obras;
v  Conhecer seu conteúdo;
v  Fazer citações;
v  Analisar o material;
v  Elaborar a crítica;
v  Auxiliar e embasar a produção de textos;
Classificação de Fichamento:
FICHAMENTO TEXTUAL - é o que capta a estrutura do texto, percorrendo a sequência do pensamento do autor e destacando: ideias principais e secundárias; argumentos, justificações, exemplos, fatos etc., ligados às ideias principais. Traz, de forma racionalmente visualizável - em itens e de preferência incluindo esquemas, diagramas ou quadro sinóptico - uma espécie de “radiografia” do texto.
FICHAMENTO TEMÁTICO - reúne elementos relevantes (conceitos, fatos, ideias, informações) do conteúdo de um tema ou de uma área de estudo, com título e subtítulos destacados. Consiste na transcrição de trechos de texto estudado ou no seu resumo, ou, ainda, no registro de ideias, segundo a visão do leitor. As transcrições literais devem vir entre aspas e com indicação completa da fonte (autor, título da obra, cidade, editora, data, página). As que contêm apenas uma síntese das ideias dispensam as aspas, mas exigem a indicação completa da fonte. As que trazem simplesmente ideias pessoais não exigem qualquer indicação.
FICHAMENTO BIBLIOGRÁFICO - consiste em resenha ou comentário que dê ideia do que trata a obra, sempre com indicação completa da fonte. Pode ser feito também a respeito de artigos ou capítulos isolados, a arquivado segundo o tema ou a área de estudo. O Fichamento bibliográfico completa a documentação textual e temática e representa um importante auxiliar do trabalho de estudantes e professores.
O processo de fichamento ajuda o estudante a assimilar a matéria e levantar as ideias do texto, analisando-o e ordenando o conteúdo (CRUZ; RIBEIRO, 2004, p.91).
Ficha bibliográfica por autor
Anota-se: o nome do autor (na chamada), o título da obra, edição, local de publicação, editora, ano da publicação, número do volume se houver mais de um e número de páginas.
Exemplo:
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 214 p.

Local: Biblioteca Fortium

Ficha bibliográfica por assunto
“Esse tipo de fichamento é mais fácil de trabalhar. As instruções indicadas no item anterior repetem-se aqui, sendo que desta vez o assunto deve estar encabeçando a ficha (na chamada)” (MOTA apud CRUZ; RIBEIRO, 2004, p.92).

Exemplo:
Conhecimento científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS,E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995. 214 p.

Local: Biblioteca Fortium

Ficha de transcrição (ou de citação)
“Este tipo de fichamento serve para que o pesquisador selecione as passagens que achar mais interessantes no decorrer da obra. É necessário que seja reproduzido fielmente o texto do autor (cópia literal). Após a transcrição, indica-se a referência bibliográfica cabível, ou então encabeça-se a ficha com a referência bibliográfica completa da obra e após a(s) citação(ões), coloca(m)-se o(s) número(s) da(s) página(s) de origem. Se o trecho for citado entre aspas duplas e no seu curso houver uma palavra ou expressão com aspas, estas deverão aparecer sob a forma de aspas simples (’)” (MOTA apud CRUZ; RIBEIRO, 2004, p.92).
Se houver erros de grafia ou gramaticais, copia-se como está no original e escreve-se entre parênteses (sic).
A supressão de palavras é indicada com três pontos entre parênteses [...].
Supressão de um ou mais parágrafos intermediários é indicado por uma linha pontilhada.
Exemplo:
 Título: Metodologia Científica
Título do texto: Ciência e conhecimento Científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

“O conhecimento popular e o científico possui objetivo comum, mas o que os diferencia é a forma, o modo e os instrumentos do ‘conhecer’. Uma das diferenças é quanto à condição ou possibilidade de se comprovar o conhecimento que se adquire no trato direto com as coisas e o ser humano”. (1995, p.10).

Local: Biblioteca Fortium

Ficha de resumo ou comentário
Você pode utilizar esse tipo de ficha para expor, abreviadamente, as principais ideias do autor ou também para sintetizar as ideias principais de um texto ou de uma aula. A ficha de resumo deve ser breve e redigida com as próprias palavras, não precisando obedecer à estrutura da obra.
Título: Metodologia Científica
Título do texto: Ciência e conhecimento Científico
Subtítulo: Conhecimento científico
Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS, E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

O conhecimento científico se caracteriza pela possibilidade de se comprovar os dados obtidos nas investigações acerca dos objetos. (p. 10).

Ideação: Após a leitura da obra em referência chega-se ao posicionamento...

Observação: falar de algum apêndice, gráfico, tabela, que são importantes e que compõem a obra.

Local: Biblioteca Fortium

Ficha de documentação geral
A função dessas fichas consiste em coletar e guardar materiais úteis, retirados de fontes perecíveis como: artigos de jornais, revistas, textos, roteiros de seminários, trabalhos didáticos, etc.
Exemplo:
Título
Texto colado

Fonte/data/página

Local:

Ficha de vocabulário técno-linguístico
É uma espécie de glossário que guarda os conceitos e categorias específicos de cada área do saber ou disciplina. Servem para esclarecer os conceitos fundamentais de cada tema estudado.
Exemplo:
Título: Metodologia Científica
Título do texto: Ciência e conhecimento Científico

Referência:
MARCONI, M.A; LACKATOS,E.M. Metodologia do trabalho científico. 4. ed. São Paulo: Atlas, 1995.

Ciência=.....................
Conhecimento=........................
Dados=............................
Informações=........................

Local: Biblioteca Fortium

Atividades

Elabore uma ficha:
bibliográfica por autor - bibliográfica por assunto - de transcrição (ou de citação) - de resumo ou comentário
de vocabulário técno-linguístico - de documentação geral

Referência Bibliográfica: CRUZ, Carla; RIBIEIRO, Uirá. Metodologia Científica: Teoria e Prática. Rio de Janeiro: Axcel Books, 2004.

Como construir um texto Dissertativo

01. Interpretação do tema
Devemos interpretar cuidadosamente o tema proposto, pois a fuga total a este implica em zerar a prova de redação;
02. Levantamento de ideias
A melhor maneira de levantar ideias sobre o tema é a auto indagação;
03. Construção do rascunho
Construa o rascunho sem se preocupar com a forma. Priorize, nesta etapa, o conteúdo;
04. Pequeno intervalo
Suspenda a atividade redacional por alguns instantes e ocupe-se com outras provas, para que possa desviar um pouco a atenção do texto; evitando, assim, que determinados erros passem despercebidos;
05. Revisão e acabamento
Faça uma cuidadosa revisão do rascunho e as devidas correções;
06. Versão definitiva
Agora passe a limpo para a versão definitiva, com calma e muito cuidado!
07. Elaboração do título
O título deve ser urna frase curta condizente com a essência do tema.

Orientação para Elaborar uma Dissertação
Seu texto deve apresentar tese, desenvolvimento (exposição/argumentação) e conclusão.
Não se inclua na redação, não cite fatos de sua vida particular, nem utilize o ainda na 1ª pessoa do plural.
Seu texto pode ser expositivo ou argumentativo (ou ainda expositivo e argumentativo). As ideias-núcleo devem ser bem desenvolvidas, bem fundamentadas.
Redija na 1ª pessoa do singular ou do plural, ou fundamentadas. Evite que seu texto expositivo ou argumentativo seja urna sequência de afirmações vagas, sem justificativa, evidências ou exemplificação.
Atente para as expressões vagas ou significado amplo e sua adequada contextualização.
Ex.: conceitos como “certo”, “errado”, “democracia”, “justiça”, “liberdade”, “felicidade” etc.
Evite expressões como “belo”, “bom”, “mau”, “incrível”, “péssimo”, “triste”, “pobre”, “rico” etc.; são juízos de valor sem carga informativa, imprecisos e subjetivos.
Fuja do lugar-comum, frases feitas e expressões cristalizadas: “a pureza das crianças”, “a sabedoria dos velhos”. A palavra “coisa”, gírias e vícios da linguagem oral devem ser evitados, bem como o uso de “etc.” e as abreviações.
Não se usam entre aspas palavras estrangeiras com correspondência na língua portuguesa: hippie, status, dark, punk, laser, chips etc.
Não construa frases embromatórias. Verifique se as palavras empregadas são fundamentais e informativas.
Observe se não há repetição de ideias, falta de clareza, construções sem nexo (conjunções mal empregadas), falta de conexão de ideias nas frases e nos parágrafos entre si, divagação ou fuga ao tema proposto.
Caso você tenha feito uma pergunta na tese ou no corpo do texto, verifique se a argumentação responde à pergunta. Se você eventualmente encerrar o texto com uma interrogação, esta pode estar corretamente empregada desde que a argumentação responda à questão. Se o texto for vago, a interrogação será retórica e vazia.
Verifique se os argumentos são convincentes: fatos notórios ou históricos, conhecimentos geográficos, cifras aproximadas, pesquisas e informações adquiridas através de leituras e fontes culturais diversas.
Se considerarmos que a redação apresenta entre 20 e 30 linhas, cada parágrafo pode ser desenvolvido entre 3 e 6 linhas. Você deve ser flexível nesse número, em razão do tamanho da letra ou da continuidade de raciocínio elaborado. Observe no seu texto os parágrafos prolixos ou muito curtos, bem corno os períodos muito fragmentados, que resultam numa construção primária.
Seguem alguns modelos
TEMA: “DENÚNCIAS, ESCÂNDALOS, CASOS ILÍCITOS NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CORRUPÇÃO E IMPUNIDADE... ISSO É O QUE OCORRE NO BRASIL HOJE.”.
Uma nova ordem
Nunca foi tão importante no País uma cruzada pela moralidade. As denúncias que se sucedem, os escândalos que se multiplicam, os casos ilícitos que ocorrem em diversos níveis da administração pública exibem, de forma veemente, a profunda crise moral por que passa o País.
O povo se afasta cada vez mais dos políticos, como se estes fossem símbolos de todos os males. As instituições normativas, que fundamentam o sistema democrático, caem em descrédito. Os governantes, eleitos pela expressão do voto, também engrossam a caldeira da descrença e, frágeis, acabam comprometendo seus programas de gestão.
Para complicar, ainda estamos no meio de uma recessão que tem jogado milhares de trabalhadores na rua, ampliando os bolsões de insatisfação e amargura.
Não é de estranhar que parcelas imensas do eleitorado, em protesto contra o que veem e sentem, procurem manifestar sua posição com o voto nulo, a abstenção ou o voto em branco. Convenhamos, nenhuma democracia floresce dessa maneira.
A atitude de inércia e apatia dos homens que têm responsabilidade pública os condenará ao castigo da história. É possível fazer-se algo, de imediato, que possa acender uma pequena chama de esperança.
O Brasil dos grandes valores, das grandes ideias, da fé e da crença, da esperança e do futuro necessita, urgentemente da ação solidária, tanto das autoridades quanto do cidadão comum, para instaurar uma nova ordem na ética e na moral.
Carlos Apolinário, adaptado.
Comentário:
O primeiro parágrafo constitui a introdução do texto (tese).
Os parágrafos segundo, terceiro e quarto constituem o desenvolvimento (argumentação — exemplificação com análise e crítica).
O último parágrafo é a conclusão (perspectiva de solução).



TEMA: Tudo vale a pena. Se a alma não é pequena. (Fernando Pessoa)
Sonhar é preciso
“Nós somos do tamanho dos nossos sonhos”. Há, em cada ser humano, um sebastianista louco, vislumbrando o Quinto Império; um navegador ancorado no cais, a idealizar ‘mares nunca dantes navegados’; e um obscuro D. Quixote de alma grande que, mesmo amesquinhado pelo atrito da hora áspera do presente, investe contra seus inimigos intemporais: o derrotismo, a indiferença e o tédio.
Sufocado pelo peso de todos os determinismos e pela dura rotina do pão-nosso-de-cada-dia, há em cada homem um sentido épico da existência, que se recusa a morrer, mesmo banalizado, manipulado pelos veículos de massa e domesticado pela vida moderna.
É preciso agora resgatar esse idealista que ocultamente somos, mesmo que D. Sebastião não volte, ainda que nossos barcos não cheguem a parte alguma, apesar de não existirem sequer moinhos de vento.
Senão teremos matado definitivamente o santo e o louco que são o melhor de nós mesmos; senão teremos abdicado dos sonhos da infância e do fogo da juventude; senão teremos demitido nossas esperanças.
O homem livre num universo sem fronteiras. O nordeste brasileiro verde e pequenos nordestinos ri sonhos e saudáveis, soletrando o abecedário. Um passeio a pé pela cidade calma. Pequenos judeus, árabes e cristãos, brincando de roda em Beirute ou na Palestina.
E os vestibulandos, todos, de um país chamado Brasil, convocados a darem o melhor de si no curso superior que escolheram.
Utopias? Talvez sonhos irrealizáveis de algum poeta menor, mas convicto de que nada vale a pena, se a alma é mesquinha e pequena.”.

Comentário:
A introdução encontra-se no 1° parágrafo, que faz uma espécie de síntese do texto, funcionando como uma espécie de índice das ideias e elementos que aparecerão no desenvolvimento (sebastianista, o navegador, o D. Quixote).
O desenvolvimento está nos cinco parágrafos seguintes, que retomam e explicam cada uma das ideias e elementos apresentados no inicio.
A conclusão realiza-se no último parágrafo, reafirmando a tese de que somos do tamanho de nossos sonhos e de nossas lutas por nossos ideais, sem os quais a alma seria mesquinha e pequena (e a vida não valeria a pena).
TEMA: “À busca do Brasil de nossos sonhos, travar-se-á uma longa jornada.”
Em busca do Brasil de nossos sonhos
Utopia, talvez seja este o termo que resuma os anseios de um povo que, há mais de quatro séculos, alimenta esperanças de ver seu país constituir-se em um Estado forte e humanitário.
Transformações drásticas e rápidas não correspondem ao caminho a se seguir que será árduo e penoso, entretanto os júbilos alcançados serão tão doces e temos que terão valido cada gota de sangue e suor derramado.
Muitos são os problemas (corrupção, injustiça, desigualdades...) e suas soluções existem, só não fazem parte do plano político-econômico e social a ser seguido, pois este não há. Generalizar chega a ser infantil e prematuro, mas atualmente não se tem tido conhecimento sobre uma reforma concreta e séria que vise à melhoria de vida da população e que não esteja “engavetada”, ainda em “processo de viabilização”, tal como as reformas agrária e tributária, por exemplo. A justiça no Brasil, além de paradoxal, vem a ser ilusória.
Diversidade de solos, climas, costumes, gente, vários povos misturados em um só, tantos méritos e nenhuma vitória que não tenha sido mais do que temporária. O amor à pátria a cada dia fica mais frágil quando deveria se fortalecer, então o que fazer?
Lutar, não travando guerras ou impondo violência. Reivindicar direitos e estipular deveres requer sabedoria, a liberdade de expressão foi conquistada com muito esforço e perseverança por brasileiros que queriam gritar e não se calar diante da destruição lenta e contínua de seu país.
Valorizas o nosso e melhorar o Brasil depende não da vontade de cada um, isoladamente, mas sim do desejo de todos, afinal são mais de cento e trinta milhões de pessoas com interesses diversos ocupando um mesmo país, e muitas querem vê-lo progredir, no entanto como isso será possível? Optando por um nacionalismo extremado? Talvez. Para haver mudanças é preciso que se queira mudar, um Estado politicamente organizado, quem sabe, este Estado: o Brasil.
Tatiana R. Batista

Como melhorar o Brasil
“E nas terras copiosas, que lhes denegavam as promessas visionadas, goravam seus sonhos de redenção”. Com estas palavras José Américo de Almeida, em seu livro “A Bagaceira”, conseguiu caracterizar um Brasil que, há quinhentos anos, mantém-se o mesmo: injusto e desigual.
Fome e miséria em meio à fartura e pujança, descontentamento e inércia presentes em um mesmo povo. Tantas contradições advêm de um processo histórico embasado em inserir o Brasil no contexto socioeconômico mundial como um Estado dependente economicamente, subdesenvolvido tecnologicamente, sendo por isso frágil perante a soberania de um sem-número de países que desde sempre deteve o controle supremo de o quê, e como tudo deve ser direcionado.
De colônia à república, sendo monarquia ou não, a aristocracia se mantém presente, forte e imponente, segura habilidosamente “as rédeas” deste “carro desgovernado” chamado, anteriormente, de Terra brasilis. É estranho pensar que um vasto território, em que se afirma vigorar o “governo de todos e para todos” pertença na realidade a um restrito grupo que não deseja alterações de qualquer tipo, por considerar a atual situação do Brasil ideal. O ideal seria desconsiderar tais argumentos, sendo estes inválidos e inadmissíveis, uma vez que altos níveis de desemprego, corrupção, carência nos diversos setores públicos..., não correspondem ao que se espera para haver uma elevação no padrão de desenvolvimento de um país.
A globalização, tão comentada em todo o mundo, só ratifica ainda mais um processo que, aos olhos de todos, parece inevitável: a colonização do mundo, a preponderância de uns poucos Estados politicamente organizados sobre o resto do planeta. O Brasil virando colônia, principalmente, dos Estados Unidos da América. A submissão completa.
Deste ponto de vista (que pode ser o único), a situação se apresenta de forma grave. Alarmante, porém é a falta de soluções.
Pior, talvez seja a falta de interesse em mudanças. Já foram privatizadas a (Companhia Vale do Rio Doce, a Siderúrgica Nacional, logo em breve a Petrobrás e o Banco do Brasil, símbolos da soberania nacional). Vivemos em um mesmo espaço o qual cada vez mais deixa de nos pertencer, estamos enfraquecidos, o nacionalismo se enfraquece se a nação única deixa de existir. Não se pode afirmar que uma atitude revolucionária seja o melhor caminho ou o caminho certo, no entanto a passividade neurastênica da população jamais resolverá nada. O exercício da cidadania é necessário para implantar a verdadeira cidadania. Consciência política e senso de justiça o pior obstáculo a ser contornado é a alienação, consequência da ignorância que cerca a maior parte da população, sem acesso à cultura.
O primeiro passo já foi dado: conhecer os problemas e, mesmo que superficialmente, pensar a respeito. Ufanismo, utopia, sonho, perseverança e luta. A coragem precisa de esperança, o homem precisa de ambas para sobreviver e lutar. Se o povo brasileiro é naturalmente corajoso, lutemos agora para seguir em frente e firmar este país como soberano e forte que é.
Tatiana R. Batista
A corrupção no Brasil
Durante todo o processo de formação cultural do povo brasileiro, o trabalho nunca foi considerado uma atividade digna, a riqueza, mesmo ilícita era a grande nobreza e a comprovação da superioridade.
No período colonial, o trabalho para o português recém-chegado toma-se um ato ignóbil, explorar o bugre e o negro é a maneira de se viver numa terra nova, onde a “esperteza” de sempre tirar lucros e ganhar, mesmo através da trapaça, é considerada uma virtude.
No império e na república oligárquica, a história se repete e sempre está a favor de uma aristocracia, que desrespeita a condição humana, com suas atitudes nepóticas e de extrema fraternalidade entre os iguais mineiros e paulistas.
Nos períodos seguintes, a rede de corruptos se mostra e toma contorno urbano, onde a população adquire maior intelectualidade e passa a exigir um maior respeito e que pelo menos se disfarcem os roubos contra nossa população de miseráveis e condicionados.
Já cansada pelos quinhentos anos de “falcatruas” justificadas e pela explosão de novas “bombas”, a cada dia a população apercebe-se. Em fim, do maquiavelismo político e rejeita as soluções prontas e maternais da pátria mãe gentil.
Esperamos que, nos próximos anos, a política brasileira tome-se mais séria, rejeite o dito maquiavélico e trate o trabalho como um meio de ascensão e de dignificação do homem e não como um ato oprobriante.
Tiago Barbosa